Moradores da QL 24 veem com reservas construção de shopping


A licitação para construção do futuro shopping, suspensa pelo Tribunal de Contas do DF, vem gerando polêmica entre moradores, principalmente para os que residem nas redondezas

Por falta de estudos obrigatórios por lei, como Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e nem de impacto no trânsito, a licitação que iria transferir o patrimônio público para a iniciativa privada de uma extensa área da QL 24 do Lago Sul acabou sendo suspenso pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), graças à mobilização de um grupo de moradores, que exigiu transparência e zelo pelo imóvel público.

Em sua justificativa, o TCDF levou em consideração que a venda pela Terracap (Cia. Imobiliária de Brasília) atentaria contra os preceitos de transparência e participação popular estabelecidos no Estatuto das Cidades e no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT). Além de causar prejuízos ao patrimônio público. A matéria sobre o assunto, publicada na edição de abril do Lago Notícias,repercutiu na comunidade. O jornal, então, resolveu ir in loco para ouvir a população do conjunto 9 da quadra 24, a mais próxima da área onde o shopping está sendo pretendido.

Cilene Lemos, aposentada, moradora do conjunto, diverge dos que são contra o shopping argumentando não ter uma visão egoísta. “Pelas circunstâncias que se vê hoje, uma área à beira do lago utilizada para se lavar carros e até por caminhões-pipa que vêm aqui se abastecer, gente que arma barracas improvisadas, deixando sujeiras para trás, entre outros problemas, a construção de um shopping até que seria bem-vindo”, diz. Acrescentando que a presença de um centro comercial poderia ser uma alternativa de compras e lazer para moradores e empregados domésticos, os quais, estes, não dispõem de condução própria para ir ao comércio que fica muito longe daqui. “Se não quero ser incomodado por nada, vou procurar um lugar isolado”, afirma.

Mirian Gross, psicanalista, também residente na QL 24, também é favorável, em tese, ao shopping. “eu sou contra é deixar a área do jeito que está, pois vem se tornando em um lugar perigoso”, opina. Mas, por outro lado, receia que esse empreendimento traga consequências, sobretudo para o trânsito da região e agrave a questão da segurança para a comunidade.

Já Elizabeth Leal, professora, que fez parte da comissão que acompanhou a discussão sobre o assunto, depois do que ouviu até agora, está indecisa. “O tema é complexo e bastante polêmico. Não sei se a construção de um shopping, ou seja, lá o que vier a ser construído venha a ser bom para o lugar. Aqui é sossegado. E tenho minhas dúvidas do que está por trás de tudo isso”, avalia.

Oscar Almeida, professor de Educação Física aposentado, é radicalmente contra a obra. “Não é por questão elitista, mas por uma questão de segurança. Qual é a garantia de que nada mudaria a esse respeito?”, questiona.

Postar um comentário

0 Comentários